Em uma parceria institucional que já está
caminhando para o quarto ano, a Casa do Boneco e os campus dos
Institutos Federais Baianos (IF-Baiano) realizam receptivos de uma
visita temática, direcionadas pelas instituições afim de cumprir a
aplicação da lei 10.639. A Casa do Boneco, a convite do Ministério
Público à partir de um convênio desenvolve junto ao IF desde então
ações que buscam dar conta dos conteúdos de história e cultura
afro-brasileira nos mais diversos formatos e abordagens, sendo a
principal ação o receptivo dessa viagem temática em uma vivência
tanto na sede da instituição quanto na Fazenda Modelo Quilombo
D’Oiti.
Nos dois últimos finais de semana de
janeiro, dias 22 e 23 e dias 29 e 30 recebemos respectivamente as
turmas do 3º ano A e 3º ano B em formação no campus do
IF-Itapetinga. A cada turma foram cerca de 45 participantes entre
estudantes e professores. A viagem temática começa na cidade em
Ilhéus, onde as turmas conhecem o Terreiro Matamba Tombenci Neto sob
o zelo da matriarca Mametu Ilza Mukalê, e após tour no centro
histórico de Ilhéus seguem para Itacaré, chegando na Casa do
Boneco no turno da tarde.
O receptivo acontece na sede da
instituição, onde inicialmente aconteceu uma roda de conversa de
apresentação e explanação acerca dos conteúdos e histórico de
lutas por reconhecimento e reparação das questões étnico raciais
do Brasil. Em seguida foram realizadas oficinas de estética
afro-brasileira, percussão e artesanato.
No dia seguinte a vivência aconteceu na
Fazendo Modelo Quilombo D’Oiti, onde as turmas são recepcionadas
em um modelo de Turismo Étnico de Base Comunitária e tem
possibilidade de imergir em um território remanescente de quilombo
que traz em todo o seu contexto organizacional e de atuação a
referência à ancestralidade africana. Como roteiro, o receptivo se
inicia com roda de conversa, seguindo para uma trilha ecológica que
traz toda explanação histórica e geográfica do local. Em seguida,
os participantes são convidados a degustar um almoço temático
confeccionado dentro dos princípios da culinária afro-brasileira
quilombola, e também prestigiam e participam de intervenções
artísticas de dança, música e poesia.
Ao longo desses anos de parceria tem se
percebido por parte das instituições a importância dessas ações
para o reconhecimento e afirmação identitária que historicamente é
negada aos povos originários, negros e indígenas. As visitas tem
gerado uma interação surpreendente entre os participantes, além do
fomento ao compartilhamento de um nível altíssimo de informações
e conteúdos que digam respeito a essas causas. A desconstrução de
estigmas relacionados a religiosidade, a estética e ao pertencimento
afro são notáveis, além da criação de vínculos de amizade e
colaboração. A Casa do Boneco agradece e convicta da continuidade
dessa parceria já espera as próximas ações.
Ojirê Odara!
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